RESENHA CRÍTICA
Nome: MARCOS
ANTONIO MARTINS DE CARVALHO e EMERSON ARAGÃO CARDOSO
Curso:
LICENCIATURA EM ESPANHOL Data: 03/04/2013 Disciplina: POLÍTICA EDUCACIONAL
OBRA: A ECONOMIA DAS TROCAS LINGUÍSTICAS
ORTIZ, Renato (org.) 1983. Bourdieu – Sociologia. São Paulo: Ática. Coleção Grandes Cientistas sociais,
Vol.39.p.156-183.
APRESENTAÇÃO DO
AUTOR DA OBRA
Pierre Félix
Bourdieu, nasceu em Denguin, em 01 de agosto de 1930 e morreu em
Paris, no dia 23.01.2002, foi um importante sociólogo francês.
De origem
campesina, filósofo de formação, foi docente na École de Sociologie du
Collège de France. Desenvolveu, ao longo de sua vida, diversos trabalhos
abordando a questão da dominação e é um dos autores mais lidos, em todo o
mundo, nos campos da Antropologia e Sociologia, cuja contribuição alcança as
mais variadas áreas do conhecimento humano, discutindo em sua obra temas como
educação, cultura, literatura, arte, mídia, lingüística e política. Também
escreveu muito sobre a Sociologia da Sociologia., sempre se posicionado
claramente contra o liberalismo e a globalização.
O mundo social,
para Bourdieu, deve ser compreendido à luz de três conceitos fundamentais:
campo, habitus e capital.
PERSPECTIVA
TEÓRICA DA OBRA
Na agenda teórica
proposta à Teoria Sociológica contemporânea, Bourdieu refere-se a construção de conceitos e a postura crítica
do intelectual diante de uma tomada de posicionamento com respeito a linguagem
em sua discussão sociológica. Ao compor, o texto Bourdieu dialoga com a idéia
de esferas, proposta por autores como
Chomsky, Saussure, Bakhtin entre outros.
BREVE SÍNTESE DA
OBRA
A obra é constituída de dez partes, incluída a introdução
e a conclusão, e nela Bourdieu discorre
de maneira inteligente de como existe uma oposição artificial entre a
linguística externa e a linguística interna, entre a análise da forma da
linguagem e a análise da função social que ela preenche: a relação objetiva
entre locutor e receptor funciona como um mercado que age como censura,
conferindo aos diferentes produtos linguísticos valores muito desiguais. Cada
mercado se define por diferentes condições de entrada e, quanto mais estrita
for a censura, mais a forma deve alterar-se e alterar, consequentemente, o
conteúdo expressivo.
Na primeira parte, Bourdieu fala sobre a competência
ampliada, e afirma que a linguagem é uma práxis, pois ela é feita para ser
falada, isto é, utilizada nas estratégias que recebem todas as funções praticas
possíveis e não somente as funções de comunicação.
Na segunda parte, as relações de produção
linguísticas, diz que o discurso deve
sempre suas características mais importantes
às relações de produção linguística nas quais ele é produzido.
Na terceira parte, linguagem autorizada, onde este diz
que a língua não é somente um instrumento de conhecimento ou comunicação, mas
um instrumento de poder.
Na quarta parte, capital e mercado, ele fala que o
discurso é um bem simbólico que pode receber valores muito diferentes segundo o
mercado onde ele está colocado.
Na quinta parte, a formação dos preços e a formação dos
lucros, segundo Bourdieu, um dos determinantes mais importantes da produção
linguística é a antecipação dos lucros. A antecipação dos lucros está inserida
de maneira durável no hábitos linguístico, se for estabelecido os mecanismos de
formação de preços das diferentes espécies de discursos em diferentes mercados.
O valor social dos produtos linguísticos advém de sua relação com o mercado.
Na sexta parte da obra, censura e configuração, aqui
Bourdieu, discorre que existe uma maneira oficial e formal de usar a linguagem,
e que uma pequena burguesia é caracterizada pelo uso dominante dessa linguagem
culta, onde quem não usa este tipo de linguagem pode ser reconhecido facilmente
como sendo de outra classe social, a classe dominada.
Sétima parte, o autor fala sobre o reconhecimento e o
conhecimento, ele diz que quanto maior for a distancia entre o reconhecimento e
o conhecimento, maior será a tensão entre eles, sendo o reconhecimento uma
forma social como é visto o individuo criado para ser um individuo de domínio
da linguagem erudita, ou seja um
individuo que detém o conhecimento e esse individuo será um dominador, enquanto
o individuo que não tem o conhecimento da linguagem será o dominado. Oitava
parte, o capital linguístico e o corpo, aqui são descrita que a linguagem é uma
técnica do corpo e a Competência linguística, especialmente a fonologia é uma
dimensão da héxis corporal onde se exprime toda relação com o mundo social.
REFLEXÃO SOBRE A
OBRA E IMPLICAÇÕES
De modo geral, o autor apoia-se em alguns estudiosos para
emitir sua conclusões e em várias oportunidades declara suas próprias idéias
sobre a linguagem e outro aspectos ligados à maneira como a comunicação ocorre
na sociedade.
Com este discurso, incentiva-nos a buscar outras leituras
e confrontá-las com seus estudos para termos uma visão mais contextualizada e
real de como a comunicação através da linguagem é importante para todos os
homens.
Coerente com essas preocupações, a abordagem crítica é
essencialmente relacional: busca investigar o que ocorre nos grupos e
instituições relacionando as ações humanas com a cultura e as estruturas
sociais e de linguagem, procurando entender de que forma as redes de poder são
produzidas, mediadas e transformadas. Parte do pressuposto de que nenhum
processo social pode ser compreendido de forma isolada, como instância neutra,
acima dos conflitos ideológicos da sociedade. Ao contrário, estão sempre
profundamente ligados, vinculados, ás desigualdades culturais, econômicas e
políticas que dominam nossa sociedade.
AVALIAÇÃO CRÍTICA
O texto de
Bourdieu uma leitura que exige conhecimentos prévios para ser entendida, além
de diversas releituras e pesquisas quanto a conceitos, autores e contextos
apresentados, uma vez que as conclusões emergem a partir de esclarecimentos e
posições de diversos estudiosos da ciência e suas aplicações e posturas quanto
ao método científico.
Os
exemplos citados amplamente nos auxiliam na compreensão da atividade cientifica
e nos possibilitam analisar e confrontar vários posições, a fim de chegarmos à
nossa própria fundamentação teórica, decidindo-nos por uma linha de pesquisa.
Mostram-nos a imensa possibilidade de trabalhos que existe no campo da
linguagem social, além de nos encaminhar para exposições mais detalhadas a
respeito de determinados tópicos abordados, relacionando autores e
bibliografias específicas.
Finalmente,
com o estudo dessa obra, podemos amadurecer mais, inclusive para aceitar e até
solicitar crítica rigorosa, que em muito pode enriquecer nosso trabalho.